Tranca
Me tranquei novamente
Desta vez indiferente
Mordaz solitude
Me reservo na altitude
Não quero mal
Nem quero mais
Não quero o usual
Nem mesmo o fugaz
Me fechei por completo
Esqueleto, músculos e cérebro
De minha boca nada mais sai
Nem mesmo ouvir, farei mais.
O meu interior já dirá tudo
Mesmo estando eu recluso,
Introspecto ou reservado
No meu silêncio não me calo
Esse é o meu fardo
Silenciar-me
Para expressar-me
No meu internato
E quando meu silêncio torna-se ensurdecedor
Broto à flor da pele meu íntimo,
Meu vendaval, meu eu legítimo,
Meu grito, minha cura e minha dor
Mas hoje me tranquei diferente
Hoje estou o que me restou... Reticente
Não sinto mais quem eu sou
Como uma chama acesa que se apagou.
(Marcelo Catunda - 11/11/2014)