Choras tua tristeza, oh poeta!
Não quero mais nem verso nem rima,
Posto que do único amor que tenho me despeço,
Logo não preciso nem de canto nem de pranto,
Para falar mais de minha emoção.
Nem sou mais Poeta!
Quero que estes versos sejam os meus derradeiros,
Grifados com a tinta do sangue de minha dor,
Que jorra... Que chora... Que clama de minha alma.
Que meu pranto seja eterno.
Porque do sentimento que tenho,
Descarrego-me em desespero, assim é meu poetar,
Teu olhar vesgo me maltrata ao beijar outro,
Antes longínquo de meu peito.
Ao vê-la nas carícias de outro,
Com sorrisos fulgorosos que me distorcem a alma,
Não quero mais nenhum instante perto de ti,
Já que me sinto o mais dos incapazes:
Inconformado de não ser teu grande amor!