dói a ausência...

apagaram-se os ecos,

do fumo triste emergem feridas

choros de quem a ausência chora

saudade sobeja

e os dias não passam

sombrios, tristes,

como dor que se abraça,

quando a alma chora

ausência, mal que nos derruba

deixa a vida espavorida

rouba o bem que temos

por ventura ou por desgraça

o tempo passa e não passa

e lá se vai a mocidade

o futuro hirto

o corpo cansado

o rosto enrugado

na alma a saudade

acata-se o destino,

e quando anoitece

lá se foi a graça, logo

amanhece para limpar o pranto

por quem se anseia tanto.

natalia nuno

rosafogo