O Garoto de um Olho.

O Garoto de um Olho.

Os reflexos não parecem os mesmo para mim,

Sombras frígidas arrepiam os meus pensamentos.

Estão por todas as partes e existem desde sempre.

Como pude chegar até essa miserável existência?

No âmago confundem-se pensamentos perversos!

Trair-me? Extinguir-me?... Quero o que está recôndito.

Atordoado a toda essa mansidão que me cerca a alma.

Então aqui, sentado onde só a escuridão me enxerga,

Deixo por este desgastado olho lágrimas irem ao chão.

Quem é o Deus que minha mente perturbada suplica?

Meu doce silêncio agora insinua querer me estrangular.

Fracos olhos que não veem qualquer beleza em redor,

Eu apenas lastimo meu ser humilhado, de extinto pudor.

Misericórdia – clamo! E que eu não perca essa pouca luz!

Com o outro olho morto, sinto na pela minha cruz tão pesada.

Eu jamais ousaria sair daqui, apodreço de fronte para escada.

Resguardo-me no escuro, choroso, inseguro, parte do mofo.

Não sou sabedor do tempo lá fora que tem me condenado,

Minha pele rachada são marcas de uma vida que nunca vivi.

Sim, eu murmuro pelas ímpares lágrimas que escorrem de mim.

Esta é minha história, caolho menino que teve o tempo roubado.

Victor Cartier

Victor Cunha
Enviado por Victor Cunha em 14/10/2014
Código do texto: T4998222
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