buscar
nessa busca irresoluta
pelo outro
pela amor do outro
pela aceitação do outro
nos encontramos
nos totuosos caminhos
da identidade
e qual náufrago
desesperado
nos agarramos um
toco de madeira
que naquele momento
é nosso inteiro mundo
é nossa possibilidade de existir
e seguir resistindo
na busca do outro
quantos não se arremessam
e se perdem
e se traem
nas vaidades hipócritas
nos egos incontidos
e autoritários
que dizem amar
quando o que querem
é subjugar
na busca do outro
quantos se frustram
e percebem que o outro
é mera ilusão
é miragem
é nosso desejo refletido
é nosso fosso
sem água
e estamos sedentos
na busca do outro
esquecemos de nós
esquecemos da chuva
das lágrimas
mas não da culpa
de
estarmos
sós.
no fundo do lago
existem três pedrinhas
uma foi jogada por mim,
a outra por você
e a última foi
jogada pela verdade
do tempo,
da razão.
Poder-se-á resgatar
a minha e a sua pedra, mas
a terceira pedra
só quando tivermos
noção de profundidade,
maturidade
e emoção.
A verdadeira emoção
do encontro
de alma que se buscam
mas não se confrontam
se complementam
pelo tempo e pelo espaço.