A espera
Não me deixe cair,
sinto-me menino,
querendo teus braços ao redor,
dando meus primeiros passos,
sonhando que era de onde não deveria ter saído.
Tenho inveja de loucos,
pois não sofrem,
tenho inveja de suicidas,
por tanta coragem,
tenho inveja das ruas,
que vão na tua direção,
Sinto inveja de quem te tem, agora.
Quero fugir,
queria que parasse de doer o que não dói,
queria que curasse o que não é enfermo,
queria fugir dos teus olhos,
mas eles me seguram,
mesmo em memória,
me prendendo a um infinito de amargura,
e algumas horas de silêncio,
até que o último trocado,
venha a ser uma ultima dose,
trazendo-me cansaço,
e a espera do sono,
que poderia ser eterno.