Certos poetas buscam inspiração
Para extravasarem os sentimentos
Que lhes povoam a alma e o coração,
E que os acompanham em todos os momentos.
 
Muitos poetas buscam mil motivos
Para transbordarem, em seus poemas líricos,
Seus temperamentos emotivos,
Seus sonhos fantasiosos e idílicos.
 
Tanto é assim que, em geral, poetas
Procuram, insaciavelmente, a Musa,
Mas, ao encontrá-la, ainda com sede de estetas,
Continuam com a mente confusa...
 
Mal acham que encontraram seu rumo,
Suas cabeças inconstantes e inquietas
Ficam à deriva, esquecem o prumo,
E retomam a busca infindável, mudando a meta.
 
Incertos, atiram-se, como alucinados,
Em sua procura insana e devassa,
Deleitando-se a observarem, como se inebriados,
Cada rabo de saia que passa.
 
Seguem, então, nesta sina: tudo querem e nada têm.
Refugiam-se, isolam-se qual ermitões...
As musas os querem, mas eles não as retém,
Sôfregos e amargurados em suas solidões.
 
Nesta contenda incansável, pelo Belo, o Ideal, 
Excitam-se com as fotos sensuais que veem,
Vivendo uma vida de ilusão, irreal, 
Sonhando com todas, mas nenhuma têm.



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