No Embalo da Rede.
Por Carlos Sena.



Armei uma rede na sala
e deixei a varanda com ciúmes.
Da varanda me delicia o horizonte
mas é na rede que libero meus queixumes.
Certa noite, a insônia me alugou completo...
Fui beber água, matar a sede,
tropecei na cadeira,
caí na rede...
Contei carneirinhos 
cantei em silêncio uma cantiga de ninar...
Amanheci com o sol no rosto,
olhei pra vida e me disse:
vira e dorme
deixa o mundo sozinho girar sem
de acordo 
nem conforme...