CAMINHO NOTURNO

Noite passando sem pressa,

no chão, minha fantasia.

Não encabecei qualquer peça,

nem mergulhei na poesia.

Noite, sem sono, vazio,

no chão, marcas do chorar.

Não estou bem, sinto frio,

nem sei onde me esquentar.

Noite, em silêncio, perdido,

no chão, roteiro de alguém.

Não encarnei o bandido,

nem, do herói, fui refém.

Noite olhando o espaço,

no chão, chinelos usados.

Não escolhi um abraço,

nem convivi com pecados.

Noite abortada de amor,

no chão, saudades de mim.

Não enfrentei qualquer dor,

nem me preparei para o fim.

Téo Diniz
Enviado por Téo Diniz em 24/08/2014
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