Ermo
Cubro-me com a friagem noturna
Neste sentimento nulo e insensato
Quero gritar ao mundo minha tristeza profunda
Quero fugir do silêncio, do abstrato
Afasta-te de mim silêncio nefasto
Deixa-me respirar a alegria
E não mais o amor ingrato
Que com êxito torna-se elegia
Não posso suportar esse silêncio
Ele queima-me as veias
Parece um oceano intenso
Pior que cântico da sereia
Que destino tão sórdido e fúnebre
Que imensidão de turba tristeza
Quem é esse sentimento, essa febre?
Que mata o amor, que deixa incerteza?