Noite
Doce companheira que o poeta adora
Formosa imensidão que inspira versos
Cultivas o orvalho que embeleza a flora
Mas, trazes os demônios e tufão perverso.
Compartilhas as dores do nefasto silêncio
Que como o deserto se moldura ao vento
Sublime escuridão que transcende minh’alma
Fulgurante razão que a tristeza acalma
Ai, insano momento que alimenta tua sombra
E como sombrio cupido de tamanha tristeza
Açoita minhas chagas com tamanha penumbra
Isolando n’alma as rochas de tua natureza
Em teu acalanto de noturno brilho
Sigo sem rumo em teus extensos trilhos
Suspirando em teu seio o abismo profundo
E a ermo entregue, nos teus braços durmo.
Recife, 19 de Agosto de 2014.