Angustiosamente Só

A angustia em que parecerei,

Desconsola-me a alma inerte,

Tão acompanhado de nada fiquei,

Talvez dos lamentos me liberte.

Quando os sentidos definharem,

Ficarei apenas por aqui deitado,

Deixarei as horas a passarem,

E morrer assim tão deleitado.

As preces todas que eu esquecerei,

Inglórias promessas vãs e longínquas,

De avessas hordas que vingarei,

Nas últimas despedidas improfícuas.

Saberei eu um dia,

Voar e voar ao alto,

Para longe da monotonia,

Na fobia do último salto.

Lisboa, 30-9-2013

Paulo Gil
Enviado por Paulo Gil em 11/08/2014
Código do texto: T4918865
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