Angustiosamente Só
A angustia em que parecerei,
Desconsola-me a alma inerte,
Tão acompanhado de nada fiquei,
Talvez dos lamentos me liberte.
Quando os sentidos definharem,
Ficarei apenas por aqui deitado,
Deixarei as horas a passarem,
E morrer assim tão deleitado.
As preces todas que eu esquecerei,
Inglórias promessas vãs e longínquas,
De avessas hordas que vingarei,
Nas últimas despedidas improfícuas.
Saberei eu um dia,
Voar e voar ao alto,
Para longe da monotonia,
Na fobia do último salto.
Lisboa, 30-9-2013