VERSOS INVERNAIS
Neva...
Meus versos caminham pela rua
nesta madrugada fria.
Rimas nuas
fragmentam-se entre os flocos de neve.
Um bando de fonemas perdidos
na rua vazia...
E neva...
E a noite é uma aquarela branca
por onde passam meus versos.
O vento espanca
qualquer ser que verbaliza o silêncio.
Enche-se de vocábulos essa noite
de reversos...
Mas neva...
E meus versos contam fábulas frias
cheias de metáforas e línguas;
Analogias...
Que a noite se inquieta nessa loucura
de meus diálogos poéticos.
Minhas mínguas...
Pois neva...
E é no inverno que os versos se precipitam
pelas fragas brancas e altas.
E gritam...
Que nem as métricas resistem
aos decassílabos sáficos e heróicos...
E o poema, livre, salta...
Autor imagem: Five5times18 - disponível em : http://www.mdig.com.br/index.php?itemid=24874