Velhice
Não vejo ninguém ha dias
Não consigo descer as escadas
Não vejo a rua
Não vejo gente
Não ouço passos e nem pássaros
Sou refém do tempo
Maldito tempo que me deixou
Estou preso nos meus dias, nas minhas horas
...Na vida, vida que arrebatou minha utopia,
Fui fascinado, cai no abismo da alucinação, da quimera;
Acreditei na sorte, o acaso deu o troco.
Meu passado é remoto
Agasalhado pela aragem da memória
O meu futuro é escurecido e tenho pouco a mirar
... Delírio ou quase uma insensatez.
Na linha perceptível da existência
Pouco ouço, vejo quase nada.
Como nada, só, e só vivo...
Sinônimo de viver é acalorado, claro, intenso
Então por que permanecer neste lugar desanimado e escuro.
Estou fechado, vou caminhando para o além, lentamente.
Alguém aí abotoe , aborte, encerre meu viver; pois encarcerado já estou.
Conviver com quem, nem sei quem sou.
Coloque um ponto no final de minha sentença, derradeiro.
Adeus meu mundo, que seja a ultima referencia;
A ser escrito na minha história... Uma estória qualquer de um homem.