Velhice

Não vejo ninguém ha dias

Não consigo descer as escadas

Não vejo a rua

Não vejo gente

Não ouço passos e nem pássaros

Sou refém do tempo

Maldito tempo que me deixou

Estou preso nos meus dias, nas minhas horas

...Na vida, vida que arrebatou minha utopia,

Fui fascinado, cai no abismo da alucinação, da quimera;

Acreditei na sorte, o acaso deu o troco.

Meu passado é remoto

Agasalhado pela aragem da memória

O meu futuro é escurecido e tenho pouco a mirar

... Delírio ou quase uma insensatez.

Na linha perceptível da existência

Pouco ouço, vejo quase nada.

Como nada, só, e só vivo...

Sinônimo de viver é acalorado, claro, intenso

Então por que permanecer neste lugar desanimado e escuro.

Estou fechado, vou caminhando para o além, lentamente.

Alguém aí abotoe , aborte, encerre meu viver; pois encarcerado já estou.

Conviver com quem, nem sei quem sou.

Coloque um ponto no final de minha sentença, derradeiro.

Adeus meu mundo, que seja a ultima referencia;

A ser escrito na minha história... Uma estória qualquer de um homem.

Luiz Carlos Zanardo
Enviado por Luiz Carlos Zanardo em 03/08/2014
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