Poema para ler na madrugada

(15-07-2014, à Calvin Maister)

Por que estás tão só

Com essa janela iluminada, esse semáforo trocando de cor

se nenhum carro vai passar

E daqui eu também procuro o mar...

Por que estás tão só

E por que não me deixas dormir

É porque também não dormes?

Eu fico procurando em ti

motivos da minha própria existência...

Mas só há silêncio nessas avenidas

Nem brisa, nem o som das ondas

Até o céu é cego, por causa dos postes de luz...

Frios concretos, o metal tinindo, tudo tão vazio

E mesmo assim me pareces tão natural

Estás sempre só, e só estou eu dentro de ti

cidade centenária, quantos rostos já não passaram

por tuas ruas? E mesmo assim

És um infinito deserto

Como o mar...