Refém

Eu me vejo andando por algumas estradas escuras,

E negro é o asfalto,e quase cego, assim tenho feito a minha procura.

Me instalei em certas linhas sem algum parágrafo posteriormente,

Que sigo as letras nesse verso e me deparo com um ponto final assim impotente.

São muitas as estradas ao meu par de pés,

Que levam a algum lugar e nem sei o que meu desejo quer,

Cada uma com uma interrogação figurativa,

Que busco impulso, e esse muro, tamanha incerteza aflige minhas vistas.

Ao longe uma cidade ilumina meu escuro,

Inertes meus pés pelo receio do que pode ser um futuro.

Em dilemas pensativos, da vida um pouco ausente,

Tenho em minhas mãos um embrulho vazio, que é o meu presente.

Brindes de taças, perfume doce não me exala,

Parei na estrada, na sala um solitário ímpar dentro de casa.

São tantas as estradas, que tenho onde todas elas não me têm,

Mas sou livre pelas escolhas da vida da qual esses anos delas me fiz refém.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 01/08/2014
Código do texto: T4906200
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