Indiferença

Ah, como me provoca raiva!

Tua atitude, tão mesquinha,

Só desmerece toda crença que já depositei

em ti. Cansei-me da tua conveniência,

Reverte minha expectativa

Desmotiva minha própria iniciativa

em querer bem a ti.

Não se dirija a mim como a qualquer parede

que cerca tua vida fútil,

pois não sou assim, inútil.

Cuidado com o que fazes da minha presença.

Sou de carne e osso, tenho feições

e sentimento, e respiro o mesmo ar que o teu.

Não compreendo essa indiferença,

pois fosse questão de ineficiência,

eu mesma já teria desistido de mim.

Olhe nos meus olhos! Agora! Estou aqui!

Devo gritar num berro surdo,

todo dia, ao pé do seu ouvido,

essa minha indignação? Pois

é o que tenho feito,

mas não tem surtido efeito.

Tu serás, então, se queres assim,

feita do mesmo vazio

que você tem visto em mim.

Esse será o modo

Que farei para persistir

Naquele berro mudo

Do qual havia lhe falado

E você não ouviu.

11/07/2014

Kendra Hintze
Enviado por Kendra Hintze em 29/07/2014
Código do texto: T4901574
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