Bohemia Melancólica
Ando pelas ruas
Tumultuadas e frias,
Atrás de um boteco da vida.
E com fone nos ouvidos
Escuto uma velha canção,
Um samba do mestre Noel.
Sentado na mesa de um bar
Meus companheiros, em mais um dia
São cervejas geladas,
E alguns cigarros que inda me restam.
Observo o luar desta noite
E penso porque será que aqui estou?
Nesta bohemia melancólica...
Rabisco guardanapos de papel
Preenchendo versos de amor e dor,
Com uma singela caneta de tinta azul
Que de um garçon emprestei.
Percebo populares a me observar,
Devem no mínimo me acharem um louco
Sozinho e sem alguém para dialogar.
Por ali estar a escrever tanto.
Mas, meus sentimentos são profundos,
O bar é meu reduto de concentração.
E meu desgosto para o mundo,
É ter alma de poeta.
Paulo Henrique Oliveira
Brasília DF. 26/07/2014