À casa de tijolos
Minha casa,
onde o vento sopra sem ferir
e que de "minha" nada tem
Eu carrego nos ombros
para deixar que a vida venha
E se vá quando convir.
Suas portas e janelas
Filtram cores puras
Teoremas de certezas novas
Que descubro por aí
Mas, cedo, a noite cai
E temerário do porvir
Logo já busco o horizonte
E foi o medo de chorar
Junto às rasuras nestes versos
Que fez a lágrima surgir
Agora o céu, angustiado, quer brilhar
E cega, a mágoa não verá a luz
que emana trêmula da vela
Apagar estrelas que queriam só sorrir