À casa de tijolos

Minha casa,

onde o vento sopra sem ferir

e que de "minha" nada tem

Eu carrego nos ombros

para deixar que a vida venha

E se vá quando convir.

Suas portas e janelas

Filtram cores puras

Teoremas de certezas novas

Que descubro por aí

Mas, cedo, a noite cai

E temerário do porvir

Logo já busco o horizonte

E foi o medo de chorar

Junto às rasuras nestes versos

Que fez a lágrima surgir

Agora o céu, angustiado, quer brilhar

E cega, a mágoa não verá a luz

que emana trêmula da vela

Apagar estrelas que queriam só sorrir

Luiz Otávio Esteves
Enviado por Luiz Otávio Esteves em 23/07/2014
Código do texto: T4893619
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