Adentrei no eu da escura caverna

procurando a razão das minhas lágrimas internas

pois no silêncio, chorava o coração

o espirito deambulava nas águas da solidão

definhava a alma sem excitação

olhos mal viam, por falta de exactidão

apenas o escuro se fazia presente

sussurros, murmúrios e ecos...

a luz aparente mesclou-se na escuridão

agora os ventos choram os dias de aflição

tão fraco é o azul do céu reluzente

tão só é este instante carente

é a redundante forma do sentir

Mas a solidão não é o fim

é o princípio para um momento de reflexão

onde o verde se torna carmesim

onde o vazio ganha a uma definição

onde o amor julgasse ódio

o silêncio trilha a ribalta, desfila ao pódio

repartindo o eu em duas partes

para que este busque e compreenda o equilíbrio

a solidão não é fim, é apenas um momento do eu,

em busca da sua própria razão

23/07/2014

(Merlin Magiko)

Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko
Enviado por Daniel Miguelavez ou Merlin Magiko em 23/07/2014
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