SÓ
Adentrei no eu da escura caverna
procurando a razão das minhas lágrimas internas
pois no silêncio, chorava o coração
o espirito deambulava nas águas da solidão
definhava a alma sem excitação
olhos mal viam, por falta de exactidão
apenas o escuro se fazia presente
sussurros, murmúrios e ecos...
a luz aparente mesclou-se na escuridão
agora os ventos choram os dias de aflição
tão fraco é o azul do céu reluzente
tão só é este instante carente
é a redundante forma do sentir
Mas a solidão não é o fim
é o princípio para um momento de reflexão
onde o verde se torna carmesim
onde o vazio ganha a uma definição
onde o amor julgasse ódio
o silêncio trilha a ribalta, desfila ao pódio
repartindo o eu em duas partes
para que este busque e compreenda o equilíbrio
a solidão não é fim, é apenas um momento do eu,
em busca da sua própria razão
23/07/2014
(Merlin Magiko)