Surfista Prateado
Sobre os escombros do passado, projeto meu futuro
Tenho observado a soberba dos homens
Na companhia de mil sóis no infinito firmamento
Deslizando em céus de escuridão
Na cegueira estelar da desilusão
Nos negros abrigos da solidão
Eu vendi minha alma, sim
Porém, intacta permanece minha dignidade
Arauto das boas-novas, anjo da destruição
Eu apaguei todas as máculas de minha carne
Eu abdiquei do mais intenso e sincero amor
Tudo para preservar a integridade de uma raça superior
No confinamento, no exílio, uma lembrança me mantém firme
Veja, eu sou o mesmo, mas é tão difícil para você entender
Eu não quero continuar, mas não consigo morrer
Uma encruzilhada, um embaraço de dimensões
Expansão do universo, regressão do homem
Embora além do tempo, esses vermes ainda me consomem
Nos caminhos que levam ao sofrimento
Nas memórias que afogam esperanças
Eu busco a rota do discernimento
Eu achei que todas as estrelas brilhariam por mim
Mas no fim, quão ingênua pretensão...
Eu recebo a decadência como recompensa, sim
Eu achei estar tão acima da imperfeição
Eu pensei em conter a emoção
Mas enfim tão próximo estou da rejeição