Naufrágio da Alma

Quando meu nada é tudo

pois sou eu quem habita este mundo

vago de tão concreto, branco por ser imundo,

contrário às lógicas embora nada ter de absurdo.

Mundo ordinário desordenado

a sétima face de um só dado,

apocalipse de amores deixados de lado

mentira revelada, segredo guardado.

Dores infinitas de terras findas

alegrias em gris de tristezas coloridas

sonhos perdidos por labirintos sem saída

último passo fadário à morte, que é a vida.

E, Vida, quem me jogou rumo a ti?

Por que me permites ficar, se fugir

é o que mais quero, inclusive de mim?

Desde que nasci, daquele momento e a partir...

Sou eu, fiz-me homem e ilha

olhos nublados de azul a contemplar a solidão

navio fraco sem coragem de dar partida

sem jamais ancorar, rumo à imensidão...

Dan Niel
Enviado por Dan Niel em 17/07/2014
Reeditado em 17/07/2014
Código do texto: T4884985
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