GUERREIROS DO ÓCIO

O meu quarto escuro em dias ensolarados

Guarda segredos do mundo interior,

Segredos de guerreiros preguiçosos

Que o ócio possuiu por mal!

Os momentos de batalhas esquecidas

Na cama desolada, onde vítimas descansam

Por não terem como abrandarem o sofrimento

E as cinzas que o mundo lhes lança,

É o leito do desprezo, do tormento,

Do desejo já esquecido por não terem esperança

De conseguirem o elixir nos seios de uma dama.

Todos sofrem sem poder se mexer,

Têm fome e sede, mas não podem satisfazer,

São torturados sem poderem reivindicar...

São os guerreiros do ócio que habitam o meu ser!

Luíz Carlos de Almeida