SOZINHO, ACORDADO
sozinho, acordado
nas esquinas próximas á minha casa
eu nao encontro o conforto
eu não encontro o auxílio
eu tenho algo dentro de mim
que me faz crescer a cada dia
não sei se é essa ansiedade que tanto me maltrata
ou se é minha vida que é um pouco corrida
eu recebo um telefonema
á meia-noite ela me dá uma canção
não sei de onde vim e nem para onde vou
eu não posso vender os meus poemas
eu não posso comprar o teu amor
ó amigo que já me esquece
eu sou a linha branca, fina e reta
a pendurar não sei o quê
fina e reta
a filtrar amarguras, por ventura.
eu luto a cada dia pela minha vida
mesmo meus inimigos fazendo dela seu chão-pedregulhos
parece que nada é real
-eu sei que não é-
onde vou parar com toda essa minha angústia?
eu escrevo pras paredes
eu troco idéias com os espíritos
eu não sei aonde isso tudo vai dar
me mostra o caminho do Sol?
eu quero rezar sem enlouquecer
não queria tanto ter que pagar pelo seu "bom dia"
problemas "above" problemas"
eu acho que eu preciso dar uma sacudida na minha cabeça
para definir enfim "o que é ser livre"
os Santos não falam
as concórdias não se perpetuam
como faremos para caminhar para trás
se o abismo nos é tão próspero?
é o pulo da sacada
é a bala perdida não noticiada
-eu sei que vocês sabem que estão pelo fim!-
é a palavra vociferada
é o sonho não realizado
é a paranóia constante
é essa forte solidão atada aos meus cadarços...