Tarde Fria de Inverno
Nevando, acariciando o terno frio
Tornando branca a natureza pela janela
A lenha em chamas aquecia o sombrio
Casebre antigo, soando sino na capela
Tarde eterna em imensidão do pensar
Animais no campo se recolhiam no palmar
Apreciar união fraterna e aquecida
Unida, elevando gotas frias pelo ar
Serena manhã de um inverno intenso
O fogo cessa sem mais poder esquentar
Uma alma fria e coberta de sofrimento
Levando fome de alegria, presa a congelar
Passados dias, a neve cessa por um momento
O velho casebre abre as portas para verificar
Gotas congeladas, derretendo aroma e sentimento
Renovando o brilho sereno, um beijo solar
Dispersos numa luz que alimenta a alma
O toque frio retorna em instantes, sem demora
Devora o calor que se tornava presente, chora
Criança de natureza pura, presa na memória
A tarde chega abraçando a neve decorrente
O sino da igreja não soa mais emoção
Estava frio, toque perdido arduamente
E sem demora, levando sequelas à solidão
A estação permanece eterna e desigual
Cabana antiga emerge aflição e terno
Cemitério congelado, refúgio terminal
Interminável dor, desespero fraterno
Era apenas um sofredor, preso numa tarde de inverno...