Frio

Eu já não me enxergo como antes,

Penteando cabelos,

Com minha face ao espelho,

Tive medo, pedi conselhos,

Agora pairo inerte, novos velhos brancos pelos.

Das madrugadas rugas embotadas,

Um presente do passado disfarçar não adianta nada,

Aquela mesma música que não envelhece,

Me cora o resto, arrepia minha epiderme.

Ainda hoje, que me vejo sozinho,

Tantas rosas à venda, mas grátis só há espinhos,

Esse notório vazio,

Acompanhado pelo frio, cinza como as nuvens que estão a caminho.

É inevitável não se molhar,

Com as próprias lágrimas que irão rolar,

Não se preocupe amigo,

Pra se abrigar, sempre há um guarda chuva solícito.

Edilson Alencar
Enviado por Edilson Alencar em 06/07/2014
Código do texto: T4872358
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