O Homem de ontem
Saturado de memórias, de consciência alterada;
Sentado, ativo, inclino-me a questioná-las
Mas o pesado machado que a cabeça dos fracos aflora
Dá-me uma, dá-me duas, dá-me três machadadas!
E o que fica é só desalento nos sentimentos contido,
É o extrato das ânsias noturnas que pairam no homem
O mais sofrido e grave de todos os gemidos
Aquele devir, que na matéria opera e consome!
Seja este machado, amigo, a minha derradeira esperança
Que com ele possa destruir as amarras que prendem;
Consciente um dia serei então, e quem sabe em fanfarra
Recorde da tristeza do ontem contente?