O Homem de ontem

Saturado de memórias, de consciência alterada;

Sentado, ativo, inclino-me a questioná-las

Mas o pesado machado que a cabeça dos fracos aflora

Dá-me uma, dá-me duas, dá-me três machadadas!

E o que fica é só desalento nos sentimentos contido,

É o extrato das ânsias noturnas que pairam no homem

O mais sofrido e grave de todos os gemidos

Aquele devir, que na matéria opera e consome!

Seja este machado, amigo, a minha derradeira esperança

Que com ele possa destruir as amarras que prendem;

Consciente um dia serei então, e quem sabe em fanfarra

Recorde da tristeza do ontem contente?

Luiz Felipe Dellosso
Enviado por Luiz Felipe Dellosso em 05/07/2014
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