Rendição
Alto, um rosto sobre o cume
esquecido nas rupturas.
Alto, um rosto que resume
Os convites das alturas
Desolados, lábios cítricos:
Um palácio se desdobra
Pelo vento. O colo lírico
Resguardava-se nas sobras
Da cadeira, quanto charme!
Ah! Que obra... meu amor
Não te mates, nem desarme
As falanges pela dor
Dos acústicos, nem leia
Coisa alguma dos retratos...
Esses olhos, qual areia,
A correr pelos contatos!
Oh! Lírio, mãos no oceano,
Nos anseios e nos búzios:
Diga às náiades dos panos
Que choraste e, alva, use-os
Pelos cantos das mobílias.
Choras alto, sobre o cume
Das conversas, sobre as ilhas
Que encontraste em teu negrume!
Teu pudor, luminescente,
Disse: é morta a carnadura!
Boca em frêmitos, ais quentes
Flor de cinzas: ruptura!
Peito raso, verte a nódoa
Das algemas... Lança o pente
Aos cabelos e do pó
doa flâmulas à mente
Louca espádua, ignoto lance,
Mãos compridas: " Eu te insisto"
Diga breve: Não me alcance...
"Do teu luto, algoz, desisto!"
Alto, um rosto sobre o cume
Esquecido nas rupturas.
Alto, um rosto que resume
Os convites das alturas