CASA ANTIGA

Tanta história para contar

Da velha casa empoeirada

Que há muito ficou sozinha

Pousada a beira da estrada!

A porta grande da entrada

Chorou ao ser acordada

De seu dormitar profundo

Seria alma do além

Ou ainda aqui desse mundo?

Tanta história para contar

Através dos olhares

Dos retratos das paredes

Secos, toscos, sem brilho

Bocas que parecem ter sede!

A lareira abandonada

Pálida, acinzentada

Já não fala mais nada

É testemunha calada

De um tempo que passou!

E no silêncio dos quartos

As bonecas assustadas

Pareciam perguntar:

Quem profanou o santuário?

Fagulha de eternidade

Espaço de se esperar...