Corredeira

Estavas na luz dourada

de uma tarde qualquer, em abandono.

O rio corria por ti como um sorriso fresco

e imenso de palavras líquidas,

carícias de espuma branca rodeando-te,

erguendo-te pelas coxas fortes, firme,

no meio das águas lançando linhas e redes,

e feitiços.

Chapéu de palha e sombra sem limites,

rias brancos risos e verdes olhares

de corredeiras cantando águas,

e não sabias de mim na margem,

perdendo-me já em noites

sem sono e sem virtudes…

PENELOPE DOCE
Enviado por PENELOPE DOCE em 21/06/2014
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