Cores: preto detenção
E os raios pretos rondavam minhas pálpebras
Aos cuidados da desamparada costumeira solidão.
Eu conversava com a minha liberdade, tentava negociar
Mas estava presa, e isso me enfurecia muito.
Eu não nasci para ficar presa, tinha em mente que aquilo que seria provisória, de fato seria!
Eu não conseguia amar aquela alma que me queria
Do mesmo jeito que aquela alma me amava.
Eu rejeitei qualquer tipo de atenção que ele quisesse me dar, eu nunca gostei de atenção, não sei por quê.
Em dias vaguei na melancolia eterna, buscando a mim.
O que eu poderia fazer? Estava presa a mim mesma.
O que eu poderia oferecer de bom?
Se todos que chegavam perto de mim me desejavam
No entanto, eu não queria nada sério com ninguém.
E parece que tudo foi em vão, ou talvez não, não sei!
Pois quanto mais eu dizia que amava alguém
Mais esse alguém acreditava que era amor mesmo.
Só que não entendiam o meu jeito de amar.
Esse amor entre homem e mulher, não sei ainda o que é.
Eu ainda não havia aprendido muito sobre esse amor.
Eu só conheci e tenho muito o amor universal.
Talvez, eu tivesse o aprisionado dentro da minha alma
Que agora só sabia chorar com a distancia, entre eu e mim.
Eu não sei me prender e nem sinto falta disso,
As pessoas me veem de um jeito que eu não me vejo..
Virei refém da minha própria sanidade, que às vezes, é quebrada.
E agora eu pago o preço, guardada nesse preto detenção
Que me impede de correr e me explicar.
porém, não posso, não consigo, não devo.
Sei que o tempo dará as explicações necessárias.
E que ele responderá por mim na hora certa.
Vai sanar dúvidas de todos que tem dúvidas de mim.
Da minhas palavras que, por vezes, ambígua
Soa estranha e desapegada, e que vive na margem, nunca dentro.
Entretanto, não importa mais, eu busquei por isso.
Ser diferente é o preço que tenho que suportar.
E pior, por gostar de ser assim é que pesa mais.
Eu nunca mais me limitarei a nada, nem a mim mesma.