O SILÊNCIO DA NOITE
Minha solidão
Se completa à noite,
Madrugada afora,
Quando o silêncio lá fora
Só não é maior
Que aqui dentro do meu quarto.
Quando o relógio marca,
Das duas horas um quarto,
Um grilo entoa nota aguda e grave,
Isso não é, para meu sono, um entrave:
A insônia já se acostumou com os sons da noite!
Preciso de ar livre,
Preciso sentir a sensação de liberdade:
Pego a chave do meu carro, visto minha parca:
Saio para a rua com os vidros do carro abertos,
Sei dos perigos da madrugada,
Mas esse vento no rosto, essa liberdade,...
Não as troco por nada!
Sei aonde ir: os Altos da Afonso Pena
Conhecem-me, costumo ir me inspirar lá:
Já me valeu alguns bons poemas aquele local!
Quando o relógio marca trinta minutos das três,
Volto para casa, louco por uma cama, desta vez!
Ah, sobre a solidão?
Estranhamente, continuo só, mas a solidão sumiu de vez!