O SILÊNCIO DA NOITE

Minha solidão

Se completa à noite,

Madrugada afora,

Quando o silêncio lá fora

Só não é maior

Que aqui dentro do meu quarto.

Quando o relógio marca,

Das duas horas um quarto,

Um grilo entoa nota aguda e grave,

Isso não é, para meu sono, um entrave:

A insônia já se acostumou com os sons da noite!

Preciso de ar livre,

Preciso sentir a sensação de liberdade:

Pego a chave do meu carro, visto minha parca:

Saio para a rua com os vidros do carro abertos,

Sei dos perigos da madrugada,

Mas esse vento no rosto, essa liberdade,...

Não as troco por nada!

Sei aonde ir: os Altos da Afonso Pena

Conhecem-me, costumo ir me inspirar lá:

Já me valeu alguns bons poemas aquele local!

Quando o relógio marca trinta minutos das três,

Volto para casa, louco por uma cama, desta vez!

Ah, sobre a solidão?

Estranhamente, continuo só, mas a solidão sumiu de vez!

Manoel de Almeida
Enviado por Manoel de Almeida em 19/06/2014
Código do texto: T4850295
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