Conversa Íntima (Desenterrando coisas velhas)
Hoje, Solidão, meu olhar perdeu-se no vazio
Sentimento voraz sufoca-me o peito
Crava tuas presas em quem se fez teu por direito
Como a bolha de sabão que busca leito no espinho
Tuas muralhas, Solidão, entre as quais busquei conforto
Privam-me de ver além de minhas fraquezas
Refúgio covarde, engendrado à incerteza
Condena-me ao nada, eterno repouso
E agora, Solidão, o inexorável tempo
Devora o corpo surrado
Deste, que viu trincheiras em seus braços
E procurou paz nos seios do esquecimento