Conversa Íntima (Desenterrando coisas velhas)

Hoje, Solidão, meu olhar perdeu-se no vazio

Sentimento voraz sufoca-me o peito

Crava tuas presas em quem se fez teu por direito

Como a bolha de sabão que busca leito no espinho

Tuas muralhas, Solidão, entre as quais busquei conforto

Privam-me de ver além de minhas fraquezas

Refúgio covarde, engendrado à incerteza

Condena-me ao nada, eterno repouso

E agora, Solidão, o inexorável tempo

Devora o corpo surrado

Deste, que viu trincheiras em seus braços

E procurou paz nos seios do esquecimento

Fábio de Paula
Enviado por Fábio de Paula em 18/06/2014
Código do texto: T4849481
Classificação de conteúdo: seguro