Poema em branco
Em branco
Em albis
Na ausência de cor
Na ausência de palavras
No albino dos olhos
Nas olheiras
De quem não dorme
Teu corpo pede a cama
Mas a teimosia clama pela ação
Em plena madrugada
Que cor vc guarda na aura?
Em branco
Em albis
A ausência de luz é negror
É dor
É aflição
Profundidade sem oxigênio
É agonia lenta e letal
É veneno sem antídoto
É fração de segundo
qualquer
No túnel do tempo
Na ponte da saudade
Na estrada da vida
É pedra perdida,
É cancela aberta
É permissão dada
A sorte
Ao acaso
Teu corpo pede cama
Eu peço apenas calma
Não sei lidar com seu desejo
Sua avidez
É um passo
Em rumo ao abismo certo
Ao redemoinho
Das paixões...
E na avalanche de sentidos
Pressinto
A alma atrás do corpo
O sentir atrás do pensar.