Última Dança
Agora o tempo todo está escuro
Todo passo é vacilante e inseguro
As vozes parecem gritar e não ouço nada
A floresta tomou de volta a minha estrada.
O passado, como lava escorre pelo presente
Queima, destrói e corrói de forma pungente
Inerte, deixo-me dominar sem qualquer esperança
Aguardando a morte me chamar para última dança.
Inexistem quaisquer planos, futuro ou metas
A aljava se rompeu e se perderam as setas
As feridas abertas já nem incomodam mais
Ignoro a passagem do tempo, tanto faz.
Tudo parece estático como numa tela
Mesmo sem grades sinto-me numa cela
A pior prisão é estar livre e não ter onde ir
Nem mesmo um túmulo para simplesmente cair.