Esparramada

Como cartas espalhadas

estou eu no tempo:

nas camas, nas ruas

nas casas...

Estou eu ao relento:

– esparramada.

Com o coração sedento

que não encontra nada,

senão medo que me

banha aqui dentro;

sou carta, carta velha,

já pautada.

Carta borrada,

manchada,

furada...

Estou em cada marca e ferimento,

carta velha sem fundamento,

estou no esquecimento

– lá faço morada.

Ao vento lançada,

como carta que implora

o momento

de ser lida e encontrada...

Enquanto isso, perdida,

nado no nada:

lembrança esquecida,

estou eu: esparramada.

Larissa Maciel
Enviado por Larissa Maciel em 05/06/2014
Reeditado em 08/06/2014
Código do texto: T4834008
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