NO RITMO DA EMOÇÃO
Por mais que eu entoe um canto
Dos tantos que a vida tem,
Jamais sufoquei meu pranto,
Nem nunca embalei ninguém.
Ninguém escuta nem canta,
Ninguém jamais aprendeu,
Dá até um nó na garganta
Pelo cantar ser só meu...
Mesmo assim sigo catando
Meu canto de solidão
E pela vida passando
Mesmo que na contra mão.
E lá vou eu tristemente
No compasso da canção,
Num cantar meio dolente
Mas no ritmo da emoção.
E enquanto a vida passa
Sem ninguém no meu cantar,
Eu canto mesmo sem graça,
Pra quem puder me escutar.