FETICHE DA ILUSÃO
Amor era a flor tão bela
Germinava tão pulsante ao peito
Mas da ferida, eis a seqüela
Na desgraça do maldito conceito
No calor que me acalorava,
Dias de minha intensa melancolia,
Essa doença se apaziguava,
E eu pobre assim sempre me iludia
E pelas noites igual cachorro,
Subtrai na escuridão dela o aroma,
Na paixão sem cura o socorro,
Da sombra que meu perfil assoma!
Nos lábios róseos um frenesi,
Poderia eu morrer sem ter aquilo?
Mas morto sou e sequer morri
Ao ouvir da desilusão um suspiro!
Pois bem, então eu lhe sorrio,
Da desgraça de viver com a solidão,
Na preguiça como o ser fastio
Ranco-te de dentro maldito coração