lei de silêncio
cala-te na boca
a palavra maldita
a palavra insana
quando quer amar apenas
desvelar os véus
das nuvens nebulosas
do enigma inserido nos olhos
cala-te
na consciência
o pensamento suicida
o pensamento em vão
que quer o abismo
e não, a lógica
quer quer a metafísica
e não, o conhecimento
que quer o desatino desvairado
e, não o pausado bom-senso.
cala-te na alma
aquela dor profunda
o último suspiro de alívio.
a derradeira vontade
erguida no vento
e na vaidade
despe-se o corpo
mas a alma contida
continua vestida
de imagens, sons,
cheiros.
e a semântica rítimnica
de passos, acenos, sombras e
olhares cadentes de outono.
cala-te em rigoroso
silêncio
nem a sombra da palavra,
nem o eco do sentimento
tudo é ausência
fardado de cotidiano.