lei de silêncio

cala-te na boca

a palavra maldita

a palavra insana

quando quer amar apenas

desvelar os véus

das nuvens nebulosas

do enigma inserido nos olhos

cala-te

na consciência

o pensamento suicida

o pensamento em vão

que quer o abismo

e não, a lógica

quer quer a metafísica

e não, o conhecimento

que quer o desatino desvairado

e, não o pausado bom-senso.

cala-te na alma

aquela dor profunda

o último suspiro de alívio.

a derradeira vontade

erguida no vento

e na vaidade

despe-se o corpo

mas a alma contida

continua vestida

de imagens, sons,

cheiros.

e a semântica rítimnica

de passos, acenos, sombras e

olhares cadentes de outono.

cala-te em rigoroso

silêncio

nem a sombra da palavra,

nem o eco do sentimento

tudo é ausência

fardado de cotidiano.

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 09/05/2007
Código do texto: T481270
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