Bipolar
Quem dera fosse diferente
e as palavras não sumissem assim
Quisera ter constância
e saber dizer se a alvorada marca o início
ou meu próprio fim
Meus dias são questões
e mantras repetindo “tudo passa”
– inclusive esse olhar esperançoso –
Mas não se preocupe, não há dor no mundo
que meu riso não desfaça
Ainda que a lágrima derrame a dor
e o fundo dos copos chegue mais rápido
que as minhas respostas em vão
Mesmo assim, não se incomode com isso
pois pelo vazio ‘inda sou ávido
De tão só, me fiz silêncio
E até mesmo na hora do choro,
eu fecho as portas todas
pra não lhes perturbar o sono