a areia, o mar e o sol assistem minha solidão
eu sento na areia da praia
e vejo o mar
e ouço o mar
permito-me relaxar
eu olho ao redor e não há ninguém
praia desabitada
praia abandonada
e nesta imensidão abandonada e desabitada
cá estou eu
fugido da civilização
cansado da civilização nada civilizada
com os olhos cansados
com a mente cansada
desgastado em muitos aspectos
estou sozinho
e a solidão me dói
eu fugi, eu saí de cena
deixei os amigos
deixei os problemas
deixei tudo, tudinho
joguei pro alto e saí de baixo
para que nada caísse novamente sobre mim
fiz estes versos sem nexo
sem vontade
forçado
amargurado
e só
sozinho
debaixo de um solzinho
de alguns muitos graus
talvez eu morra queimado pelo sol
sozinho
nessa praia desabitada e abandonada
sozinho
sem velório, sem homenagens, sem despedidas
sozinho
e em seguida terei a companhia dos abutres
que devorarão meus restos
e as areias e o vento se encarregarão
de realizar o enterro
de pelo menos minha ossada
minha podre e pobre ossada
que testemunhou minha solidão
diante do mar
e minha morte lenta e dolorida
assistida pela natureza
fugi de tudo e de todos
sozinho
sozinho
sozinho
ter um coração, nessas horas, não ajuda muito. dói.