Tatuagem

Por quê

Tem que ser assim,

Se na tarde

De primavera

Com tantas flores

Odores de dois botões,

Bastões de roseiras

Se vão assim,

Pelas águas nobres

Do choro que caí

Suplantar mágoas

Que há em mim,

Lágrimas de flores

Em olores que vem

A esse jardim,

Como inconsequência

Do vento

Que pelo tempo

Vem e me traz

Numa longa sequência

O inegável perfume...

Penso sejas tu

Que vens e se faz

Adormecer na falsa alegria!

Tamanha dúvida

Que entorpece

O sentido da razão,

Do coração moribundo,

Meio morto, sem paz,

Pelas plagas

Do vasto campo da vida

Numa só tatuagem...

-Te odeio!

Nuvem no firmamento

Escrito desenrolado,

Mágoas gravadas

Em pele de fel,

A cor que enaltece

Todo o meu sofrimento

É logotipo dessa vida,

Com o fogo do teu tipo

De artista sem papel,

De característica

Sem fundamento,

Mensagem que não explica,

Nem dá uma versão,

Apenas complica,

Consequências de atos

Fatos que se misturam

Num só pensamento

Que se multiplica

Com todos os medos

Da insegurança,

Fenece a esperança

Que se perde,

Arde na dor

Dos atos de cada dia

Vividos junto a ti...

Estaria a imagem

Dos dois botões

De rosas esquecidos,

Tatuados unicamente

No meu coração?

Eis o porquê do poema

Que ora escrevo...

-Ainda te amo!

Valdir Merege Rodrigues

Valdir Merege
Enviado por Valdir Merege em 18/04/2014
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