Diluídos
De mim sobraram apenas as cinzas,
Pedaços calcificados de certezas e dúvidas,
Solidão equilibrada pelos repetidos gestos,
Recostado no além de tantos sonhos.
Foram momentos que vivi em plenitude,
Descuidado dos perigos de ser feliz,
Como ave que desconhece a camuflagem,
De onde vêm os certeiros e implacáveis finais.
Tempo incontável do viver daquele amor,
Levado pelos ventos como última despedida,
Esculpindo numa única e densa nuvem,
Dois corpos por seus pesos diluídos!