A A.A.D.

Busco exteriorizar o nobre pensamento,

amargo, descontente e oriundo

dos sussurros da mente, que, em um segundo,

passam da alegria a um denso descontentamento.

Tarda-me a ideia! Já não há violento

pensar das palavras na poesia de meu mundo

fantástico, e fatídico, e desesperado, e profundo,

que escrevia a todo instante, pródigo e desatento.

Então, me recordo daqueles olhos de oceano

que eram minha inspiração - um desejo sem tino e não humano -

meu ardor e meus mais tênues sonhos palpitantes.

e me desespero, e me entrego, e caio nos abismos

do sepulcro, da necrose cerebral e de falsos silogismos

por amar um amor impossível e sufocante.