As casinhas

Casinhas longínquas,

perdidas no mundo

de uma solidão necessária.

Nem vozes, nem ordens atrozes

de patrões vorazes,

mas eternas em berços barranqueiros

nesse São Francisco calmo.

Casinhas silenciosas

que ainda guardam carrancas

solitárias em curvas fluviais

Ainda que esquecidas.

Ainda que alienadas.

Estão vivas, balbuciando

como seio de criança na hora de dormir

Casinhas!

Onde o vento do tempo

entra pela porta da sala

e sai pela janela a cozinha,

para descer rio afora,

sem jamais importunar

a doce solidão do barranqueiro.

Marco Antônio Pinto
Enviado por Marco Antônio Pinto em 26/03/2014
Código do texto: T4744038
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