Inexpressivo
Meus olhos enxergam além.
Como se não houvesse uma parede,
como se não houvesse ninguém...
Meu olhar vaga pelo tempo.
Não sei se em busca de amor ou solidão.
Inexpressivo tudo ele encara:
as pessoas que vem e as outras que se vão.
É uma palidez intensa
que toma conta de meu rosto,
assim como a frieza imensa
que se apossa da minha mente e
também do meu pequeno corpo.
Caminho assim:
com alma e corpo adormecidos...
Distantes de onde estou,
distantes de onde mais eu preciso.
Sem entender e muito sentindo,
ambos vão se arrastando
sem saber para onde estão indo.
Ambos vão se entregando:
à frieza do mundo,
à frieza do seu próprio destino.