luz amarela

*

moribundo como os vadios q habitam a madrugada,

ando lentamente enquanto o silêncio das paredes frias me ensurdece.

à noite tudo parece mais doído — nas sombras habitam os gemidos.

q nem sempre são de gozo.

a luz amarela piscando no poste curvo da esquina, deixa tudo ainda mais cenográfico.

e já não sei pelo q procuro. quando levantei procurava teu corpo nu.

mas agora, depois de horas, talvez mesmo até dias, já não sei.

continuo a andar pelos corredores solitários daqui de casa.

ainda q os conheça de olhos fechados, parecem por demais novos.

a novidade passou a me assustar. talvez meu espírito esteja velho demais.

ainda procuro por algo.

desforro a cama. avesso fronhas. rasgo travesseiros. viro o colchão,

à procura do teu cheiro. mas ele se vai lentamente. se perde.

talvez deva te esquecer. assim como se deve ser feito. assim como sempre devo fazer.

talvez te esqueça,

assim q tuas marcas saírem do meu corpo.

*

geovanne otavio ursulino
Enviado por geovanne otavio ursulino em 21/03/2014
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