Derradeira
Desde sempre até a eternidade,
Fechei meus olhos para a humanidade.
Fiquei recluso e alheio de todos os anseios
Dos que pediam por clemência.
O sol por algumas vezes
Tentou salvar minha alma solitária e derradeira
Dos resquícios da mesma guerra
Que vitimou a todos os meus iguais.
Hoje, depois do fim dos tempos
Dei um passo adiante, abri meu semblante e tentei sorrir
Mas já nem tão surpreso puder perceber
Que não havia ninguém ali para ver.
Dei um passo atrás e vitimei a quem sobrou;
Conclui tuas dúvidas e tomei conta de seu temor;
E quando tocou a última trombeta e rufou o último tambor;
Meu espírito enfim se deitou.