Derradeira

Desde sempre até a eternidade,

Fechei meus olhos para a humanidade.

Fiquei recluso e alheio de todos os anseios

Dos que pediam por clemência.

O sol por algumas vezes

Tentou salvar minha alma solitária e derradeira

Dos resquícios da mesma guerra

Que vitimou a todos os meus iguais.

Hoje, depois do fim dos tempos

Dei um passo adiante, abri meu semblante e tentei sorrir

Mas já nem tão surpreso puder perceber

Que não havia ninguém ali para ver.

Dei um passo atrás e vitimei a quem sobrou;

Conclui tuas dúvidas e tomei conta de seu temor;

E quando tocou a última trombeta e rufou o último tambor;

Meu espírito enfim se deitou.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 19/03/2014
Código do texto: T4734818
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