Anadarilho da Solidão
Sobre as folhas que o outono espalha
Vejo em teus pés nus o andarilho solitário
Que caminha destemido pelas ruas da solidão
E num beco chamado saudade dorme na aventura.
O vento açoita e teu pensamento tem frio,
Mas é no calor da nostalgia que te acolhe
Que o tempo te confidencia divinas mensagens
Que guardas em teu peito como ouro do mundo.
A noite envelhece teus sonhos mais urgentes
E na claridade do novo dia teus olhos resmungam,
Cobrando de ti as belas paisagens escondidas na madrugada...
A brisa da manhã apalpa tua face ainda sonolenta,
Em teu destino há veredas impúberes e vazias,
Tua fadiga é tanta que a consciência teima em não despertar!