MAR E SOLIDÃO
A lua sôlta no espaço
Cinge em prata a escuridão
No mar revolto, encapelado
Há um mistério, uma agonia
Não tem mais fim a tristeza
Que inundou meu coração!
Tão distante meu amor
Mas me restou a poesia!
O olhar procura a luz
A alma busca uma estrela
Para encontrar o caminho
Inútil, só mar em fúria
Só uivos do vento se escuta
Pensamentos em desatino
Só ondas bravias em luta!
Lua nova, fria e bela
Brilho de prata, punhal
Nuvens em campanário
Lembrando uma catedral!
Ao longe, abandonado
Um barco de mastro quebrado
Cavalgando as negras ondas
Tem destino ignorado.
Ara Azul